James Ellroy, o maior escritor policial da atualidade, tem um passado tão barra pesada quanto o dos personagens de seus romances. O autor de Los Angeles, Cidade proibida, Tablóide americano, Noturnos de Hollywood e Meus lugares escuros foi um garoto sofrido nas ruas de Los Angeles.
Sofria com o fracasso do pai e a devassidão da mãe. Mas tudo piorou muito quando ela foi encontrada morta, em um terreno baldio, com marcas violência sexual.
James não escapou de um destino triste. Virou delinqüente e viciado, vivendo como mendigo pelas ruas da Califórnia até descobrir a literatura. Impressionado pela morte da mãe, James transferiu traumas, preocupações e curiosidade para um assassinato muito parecido.
Uma jovem encontrada em circunstâncias semelhantes com a de sua mãe, que ganhou manchetes de jornais como a Dália Negra.
Obcecado, Ellroy pesquisou o caso a fundo. E, quando percebeu, estava com um romance prontinho em sua cabeça. Botou tudo no papel e o resultado foi Dália Negra. Ellroy cria em torno do crime uma galeria de grandes personagens, a começar pelos dois detetives que investigam o caso, dois ex-pugilistas com problemas sexuais que lutam contra o próprio passado para solucionar os crimes. Mais ou menos como o próprio Ellroy.
Tudo se passa em Los Angeles, logo depois da Guerra, um cenário sórdido e sem esperança que Ellroy recria muito bem. Juntando a isso jogos de política, perversões sexuais, drogas, violência e muita corrupção, Ellroy criou um policial antológico, que nem parece ser livro de autor estreante.
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