Teria Sigmund Freud sido responsável pela morte de sua irmã em um campo de concentração nazista? Vencedor do Prêmio da União Europeia para a Literatura, A irmã de Freud, quando lançado, chocou os leitores, que se perguntavam se a história criada por Goce Smilevski seria verdade.
Apesar de ser ficção, a premissa da obra é verdadeira: Freud fugiu da Áustria em plena ascensão nazista deixando quatro irmãs para trás. Todas morreram em campos de concentração.
Na Viena ocupada pelos nazistas, Sigmund Freud recebeu o direito de fugir para o exterior levando consigo alguns entes queridos. Na lista do fundador da psicanálise, entram a mulher, os filhos, a cunhada, duas assistentes, o médico pessoal com sua família e até o cachorro, mas não quatro irmãs idosas: Marie, Rosa, Pauline e Adolfine.
É a voz desta última, deportada para o campo de concentração de Terezín, que relembra com dolorosa mágoa o episódio.
Smilevski narra, com maestria, a trajetória da família do famoso Freud, com destaque, obviamente à narradora. Por meio de Adolfine, o leitor descobre a intimidade do famoso psiquiatra, suas fraquezas e como ele se relacionava com os parentes.
Além disso, mostra a vida miserável que ela própria teve. Há também um intenso debate de teorias psicanalíticas, mostrando como elas não eram seguidas pelo próprio criador.
Um dos principais temas tratados na obra é a loucura, que culmina com uma inteligente discussão entre os dois protagonistas a respeito da felicidade e do sentido da vida.
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