O livro é essencialmente sobre uma perseguição policial que dura mais de 20 anos.
Harry Hole é um investigador e em seu novo caso ele começa a investigar um possível Serial Killer que constrói bonecos de neve para as suas vítimas antes de assassiná-las.
O assassino é alvo incessante de buscas durante os anos 80, por um famoso detetive de Oslo, chamado Gert Rafto. Após dois assassinatos, o inspetor some e somos levados de volta ao anos 2000, quando o assassino em série ressurge e o investigador Hole passa a cuidar do caso.
Aparentemente, o boneco de neve é a peça chave central para encontrar o assassino, mas o caso se mostra mais pessoal com a carta anonima recebida pelo policial e os desaparecimentos ocorridos, conforme os pontos são ligados, o leitor pode ter uma premissa dos acontecimentos.
“A neve no jardim refletia luz suficiente para que vislumbrasse o boneco de neve lá embaixo. Parecia solitário. Alguém devia ter colocado gorro e cachecol nele. E talvez um cabo de vassoura para segurar. Naquele momento, a lua despontou por detrás de uma nuvem. A fileira de dentes pretos apareceu. E os olhos. Automaticamente, Jonas prendeu a respiração e deu dois passos para trás. Havia um brilho nos olhos de pedrinhas. E eles não olhavam para o interior da casa lá embaixo. Olhavam para cima. Para o quarto dele. Jonas fechou as cortinas e voltou para a cama.”
Neste livro Jo Nesbo apresenta ao leitor um serial killer que consegue combinar métodos, motivações, causas e circunstâncias originais para construir um psicopata assustador e uma narrativa inteligente que move o leitor a frente da leitura, não pela ânsia de pegar o assassino, mas pela curiosidade de ao menos compreender seus motivos e entender um pouco mais da conjuntura do mundo que o cerca.
"Todos temos transtornos de personalidade. E são nossos atos que definem até que ponto somos doentes. Ana Pedersen fez uma pausa e no mesmo instante todos três sabiam que os demais estavam pensando: Como se enterra uma cabeça?"
A leitura flui rápida e empolgante e prende o leitor do início ao fim. Narrado em terceira pessoa, por vezes crua e direta, mas muito bem estruturada para despertar as emoções certas durante a leitura, o enredo se desenvolve abordando, principalmente, a visão do protagonista Harry Hole.
Algo que impressiona na narrativa é a habilidade de Nesbo em criar o suspense em suas cenas. Ele consegue envolver o leitor de tal forma que o faz sentir o medo e a angústia das personagens. Interromper a leitura nesses momentos é quase impossível, tanto pela adrenalina transmitida quanto pela curiosidade pelo desfecho.
"Medo. Adrenalina tem um cheiro bem peculiar. Mas você sabe tudo sobre o assunto. Tenho certeza de que você sentiu esse cheiro nos presos que espancava. Laila tinha o mesmo cheiro. Especialmente quando viu as ferramentas que eu iria usar. E Onny ainda mais. Provavelmente porque você tinha contado a ela sobre Laila e ela sabia o que aconteceria. É uma cheiro bastante estimulante, não acha? Eu li que é o cheiro que alguns carnívoros usam para encontrar suas presas. Imagine a vítima, trêmula, tentando se esconder, mas sabendo que o cheiro do próprio medo irá matá-la".
O livro de Nesbo é um thriller cheio de reviravoltas, mal entendidos, becos sem saída, ardiloso, cheio de pistas que parecem verdadeiras e contundentemente se tornam falsas, outras que se parecem falsas e, por vezes, descobrem-se verdadeiras.
O grande final surpreende, antes de revelarem tudo, nada se encaixava pra mim, eu tinha todas as peças do quebra cabeça, mas não conseguia juntá-las, mesmo tendo descoberto quem era o "Boneco de Neve" tive dúvidas em alguns momentos durante a leitura. Recomendo!
Por Bebendo Livros
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