Ratos foi um livro que me atraiu pela capa e pelo título, de uma trama que surpreende, deve ser lido com calma e com a mente aberta, porque não é fácil digerir tudo o que pode acontecer com duas ótimas pessoas.
A leitura deve ser feita com muita atenção porque você precisa estar preparado para o que vai acontecer e como os acontecimentos são relatados.
A leitura deve ser feita com muita atenção porque você precisa estar preparado para o que vai acontecer e como os acontecimentos são relatados.
Foi uma leitura que devorei e concluí que é uma história maravilhosa, apesar de trágica.
O livro tem uma escrita impecável, tão perfeita que é impossível não pensar se Gordon Reece já passou por algo parecido, por narrar com tanta maestria os terríveis acontecimentos.
As protagonistas são Shelley e sua mãe Elizabeth e o livro é narrado em primeira pessoa, por Shelley, que já começa a narrativa contando sobre o bullying que ela passou a sofrer na escola de suas próprias amigas.
"Fitando o céu, eu gostava de imaginar que vivia em uma época mais simples e inocente - de preferência antes de surgirem os seres humanos, quando a Terra era um vasto paraíso verde e quando a crueldade de ferir apenas por puro prazer era completamente desconhecida."
O problema é que Shelley não tem coragem de contar para ninguém o que ocorre, com medo de que a situação piore, mas um dia, o ataque que ela sofre é tão pesado que ela é obrigada a sair da escola e passar a ter aulas particulares.
“Tudo em que pensava era que não importa o quanto somos próximos de alguém, sempre existirão limites – fronteiras que simplesmente não somos capazes de atravessar, questões que nos tocam tão profundamente que não podem ser compartilhadas – Talvez, pensei, aquilo que não conseguimos compartilhar com os outros seja o que realmente define quem somos.”
Para piorar ainda mais a situação em que se encontra, seus pais se divorciam e ela e sua mãe são obrigadas a sair da casa e vão morar em um chalé bem afastado da cidade, querendo assim, se afastarem dos problemas e recomeçar a vida.
Além de todos esses problemas, sua mãe Elizabeth não está com um emprego muito bom e, como precisa muito do emprego, é obrigada a aceitar o que lhe oferecem: um cargo horrível, com chefes mais horríveis ainda e um salário péssimo. Ela se esforça para pelo menos manter a casa e os estudos da filha.
“Percebi quanto ela estava cansada – as rugas sob seus olhos pareciam um pouco mais profundas e havia mais fios brancos em seus cabelos pretos e frisados – e como aquilo fora difícil. Essa é a maldição das mães, pensei, estão condenadas a sentir a dor de seus filhos como se fossem sua.”
Elas mal conseguem se adaptar e já aparece um novo problema: no meio da noite, a noite do aniversário de 16 anos de Shelley, a casa é invadida.
E essa é a parte mais tensa da narrativa, porque é tão bem detalhada que você se sente no mesmo local das vítimas, sofrendo exatamente as mesmas coisas por quais elas estão passando.
A história não gira somente em torno dessa invasão e sim do que ocorre após esse evento. Em como elas conseguem lidar com tudo o que passaram, se fizeram as escolhas certas, se finalmente ficarão seguras, se poderão seguir com suas vidas, se poderão um dia voltar à cidade e se deixarão de ser ratos, sempre fugindo de tudo e se escondendo... Sempre sendo vítimas.
Um livro excepcional que vai tirar seu fôlego do princípio ao fim!
Por Bebendo Livros
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