A seleção foi uma das leituras mais incríveis do meu ano, pra vocês terem uma noção eu comecei a ler ele ao 12:00h e terminei às 03:00h, durante a noite quando eu estava lendo acabou a luz aqui na minha casa, mas eu estava obcecada por terminar pra saber o que aconteceria que eu não consegui parar de ler, e fiquei apenas com a iluminação que o celular me forneceu naquele momento até terminar, e no minuto em que eu terminei a luz voltou. :(
Apesar de amar a capa, eu acho ela lindíssima, eu estava com um pouco de receio de lê-lo, apesar de ter visto vários comentários ótimos, a capa estava me fazendo pensar a história poderia ser bobinha e fútil por remeter a essas histórias de princesas, foi um pouco de hipocrisia da minha parte adia-lo tanto por isso, já que eu sou uma enorme fã de histórias de princesas, mas não, não estava conseguindo chamar minha atenção. Acontece que eu estou com um projeto de leitura e eu não pude mais evitar e logo após o primeiro capitulo me envergonhei de ter julgado o livro pela capa.
Quem leu sabe que um dos temas principais que o livro aborda é a diferença entre as classes sociais.
Após uma terceira guerra mundial, surgiu Illéa um país monárquico ou seja com um regime governamental formado por reis e rainhas e separado por classes sociais denominadas por números, sendo o 1 a realeza e o 8 a classe dos moradores de ruas, mendigos. As classes mais baixas trabalham para as mais altas para conseguir sustento, é dificílimo pessoas de classes diferentes manterem um relacionamento e praticamente proibido e considerado um enorme ultraje uma mulher se casar com alguém de uma casta inferior. Toda vez que um príncipe chega a uma certa idade em que pode se casar a realeza abre um concurso para que todas as meninas de Illéa entre dezesseis e vinte anos que gostariam de tentar conquistar ele e se tornarem a futura rainha, esse processo de seleção é um reality show, sendo divulgado para todo os país.
O enredo gira em torno da America Singer, ela e sua família vivem na classe 5, o sonho da sua mãe é que ela participe da Seleção, mas America detesta são só o evento mas também a realeza, pra ela não existe nada mais depreciativo do que humilha-se para alguém que você nem conhece e principalmente para o príncipe que não passa de um arrogante mimado. Acontece que por trás desse ódio todo America nutre um amor, um amor impossível com o Aspen e ele é de uma casta inferior, enquanto ele sabe de todas dificuldades que os dois terão na vida se decidirem mesmo ficar juntos, America sonha mais e ignora as coisas ruins desde que possa ficar com ele. Quando a proposta da Seleção chega na casa da America, Aspen vê aí uma oportunidade para America, e não só pra ela, mas para toda a família dela, já que mesmo que ela não seja a vencedora, assim que ela sai do "programa" sua família automaticamente sobe de classe e recebe fundos do governo. Enquanto a mãe a pressiona de um lado o Aspen a pressiona do outro para que se inscreve e com a única intensão de agradar o namorado ela decide se inscrever, em sua cabeça ela nunca seria selecionada em meio as meninas de todo o mundo. Ela não poderia estar mais errada, não só sobre ser escolhida, mas também sobre como as coisas funcionam dentro do castelo.
A escrita da Kiera é tão leve que flui muito facilmente, apesar de tratar de um tema sério ela não tem o intuito de forçar uma "realidade" pra dentro da cabeça do leitor, ela não quer obrigar o leitor a associar a distopia dela com a nossa realidade, é simplesmente algo que acontece. Quando se trata de chamar a atenção de jovens leitores para problemas sociais, deve-se tomar cuidado com a densidade do texto que se quer trazer pra eles, pra não se tornar cansativa, massante e obrigatória e a Kiera conseguiu uma ótima obra, uma distopia valiosa em meio a tantas que estão surgindo por aí.
Por Ana Carolina Costin
Via Trapo Literário
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